South Side Missiles

Porque a realidade do subúrbio não tem que ser necessariamente má!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Onde andam vocês?

Camaradas do blogue,
Já tenho saudades de escrever aqui. Sinto falta do blogue, da equipa que constituímos, da periodicidade das publicações, das novidades das mensagens e da fluência das palavras. Não sei se alguma vez vocês vão tornar a escrever aqui. Eu gostava.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

De volta!


Ora aí está. Parece que o South Side Missiles voltou ao ataque. Rejubilo de alegria...tlim, tlim... Isto agora fez-me lembrar a Sininho, essa miniatura de fada que de vez em quando aparecia nas bandas desenhadas da Walt Disney. Depois de meses de ausência, aqui estamos novamente, para prosseguir com a imperiosa missão de dar a conhecer as maravilhas da margem sul, e outras maravilhas que entretanto apareçam... ou desapareçam. Recordo a reflexão sobre o alcool e as profissões em tempo de crise. Bons tempos. Espero que assim continuemos.

Agora, vamos em frente. Não costuma ser o meu assunto, mas nao consigo resistir. Sera que sou a unica a não gramar o Twilight? Está bem, eu sei que nem li os livros. Mas lá que me irritam, irritam. Já me apetece seguir o exemplo de Ângelo Marques e criar um grupo no facebook. Claro que nao ia ter o sucesso que ele tem, mas possivelmente encontraria pessoas solidarias com a minha causa. Romances de vampiros? Ate as capas dos livros impulsionam o meu conteúdo gastrico para o esófago... E os títulos? Que horror! "Mareada"? "traida"? Eu era incapaz de perder o meu tempo a ler semelhante historia. Custa-me que usem a palavra "Saga" para se lhe referirem... A sério que me custa. Para mim Twilight, so o "Twilight Zone", e mesmo assim tirava a série dos anos 80, que não chega ao nível das outras.
Depois dos livros vêm os filmes. Andam para ai pessoas a dizer que o actor principal é muito atraente e tal. É um bocado dificil achar alguém atraente sem ver a pessoa ao vivo. Ha quem perceba muito de maquilhagem e de photoshop. Haja paciência.

Eu não gramo o Twilight.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Next Guest... Francis Bacon



Senhor de um estilo complexo, desconcertante, agressivo, ficou para a História por retratar a Europa do Pós-Guerra, e a solidão humana como nenhum outro artista o fez.Francis Bacon é o nosso próximo convidado...Que vinho sugerem que tomemos no nosso encontro?

Dedicado a Cláudia Lopes(CAL)...MESHUGGAH "New Millenium Cyanide Christ"


A Nossa Song!Quando oiço isto só me lembro daquela tarde que passámos a ouvir Meshuggah...EHEHEHE

sexta-feira, 27 de março de 2009

Bicho do Monte

Bicho do monte
Por todos indesejado
Serve para o trabalho pesado

Nada de miminhos ou atenções
Mostra a frieza e a rudeza
Esbarra com as alheias convicções

Nunca é o preferido
A isso já está habituado
Ou passa despercebido ou é criticado

Bicho do monte
A alegria que é tua
Não é de mais ninguém

O teu interior é um mistério
Ninguém entende o que sentes
Ninguém sabe se entendes alguém

Desprezas o que os outros chamam glória
Para ti não passa de exibicionismo
Poucas das verdadeiras glórias são conhecidas





03.10.2006


Poema de Cláudia Lopes...C-A-L

segunda-feira, 23 de março de 2009

Doubt

No nosso percurso de vida todos nós passamos pelo questionamento. O ser humano é, por natureza, um ser inquiridor: afectado por tudo o que o rodeia não é indiferente, incorpora em si posições que tentam escapar à letargia da neutralidade. Assim, penso que podemos dizer que a dúvida alberga em si mesma maior riqueza que uma certeza infundada. Estremecendo todo o ser humano perante a dúvida, encontra elos numa sociedade feita de pontos de interrogação. Eis a tese de Doubt, um filme de John Patrick Shanley: A dúvida possui em si a riqueza ilimitada de infinitas possibilidades, sendo a marca da nossa humanidade, une o eu ao outro.
No écran desfilam personagens substancialmente bem construídas, com papeis e simbologias muito próprias. Entre elas, destacam-se Sister Aloysius, conservadora e defensora da certeza da fé, Father Brendan Flynn, um Padre apaixonante que profere um sermão sobre a importância da dúvida e Sister James, uma professora ingénua, mediadora do debate entre aqueles dois titãs da paróquia.
O filme é construído através de diálogos-imagens que nos arrebatam dos nossos lugares e nos impulsionam a entrar na tela. Quem é que nunca sentiu o seu mundo pessoal destruído por dúvidas? Mais: quem é que nunca se apaixonou por essa destruição, sentindo-se mais humano? É claro que o argumento se baseia principalmente na esfera da fé, mas pode ser projectado aos mais pequenos detalhes do quotidiano. Levantamo-nos e fazemos a nossa vida baseados em aparentes certezas, somos movidos por inclinações e palpites que nos aparecem como fundados em verdades consistentes e universais. Contudo, não será esta certeza baseada numa dúvida inerente a tudo?
Na esfera da fé, a aparente certeza que nos une a todos (ateus e teístas) é o culminar de uma teia de dúvidas que constituem a verdadeira comunhão: a de sermos movidos por uma sede interior que quer possuir a certeza, mediada pela dúvida que move as nossas verdadeiras acções. Quando falo em certeza não me refiro a possuir um deus ou deuses, mas uma bússola que governe o espírito. O ateu também acredita, não é desprovido de vida espiritual (que não se confundam as coisas, falamos de seres humanos, que fique bem sublinhado).
Este filme apaixonante trabalha este tema através de confrontos entre as suas personagens, culminando no triunfar da dúvida no seio da certeza. No final do dia todos somos humanos e, felizmente, gloriosamente imperfeitos.

quarta-feira, 18 de março de 2009

O dilema

Em tempo de crise economico-financeira (ou outra coisa qualquer que lhe queiram chamar), a imaginação flui mais facilmente na direcção do abismo.
Um dia destes, numa conversa durante o almoço, eu e mais duas raparigas sugeríamos que trabalhos humilhantes ou sacrifícios nos dispunhamos a fazer, para não morrermos à fome.

- Primeira proposta: lavar escadas. Concordámos que não era mau de todo e que ainda havia tarefas bastante piores.
- Segunda proposta: lavar retretes. O panorama e os horários (e o aroma) tendem a piorar, mas em caso de necessidade, continua a ser uma hipótese.
- Terceira proposta: traficar droga. É difícil entrar no negócio e corre-se constantemente o risco de ser capturado/a pela polícia. No entanto, as compensações monetárias são aliciantes.
- Quarta proposta: vender o próprio corpo ou, para usar a expressão mais corrente, ser prostituta. Os rendimentos auferidos podem ser avultados, mas como pode uma pessoa suportar tal vergonha?

Nesta parte, declarámos sentir-nos capazes de limpar, tanto escadas como retretes. Restava saber como nos posicionaríamos quanto às restantes opções. Então, surgiu a questão:
"Entre traficar droga ou ser prostituta, qual é que preferias?"

A minha resposta foi tão imediata como o reflexo que temos, ao cair, de proteger a cabeça com os braços, ou como o reflexo de fechar os olhos, quando algo parece vir na direcção deles. Esse dos olhos é muito engraçado. Experimentem sentar-se perto de uma janela de um automóvel ou de um autocarro e estejam atentos ao que acontece quando um ramo de árvore esbarra no vidro. Os olhos fecham-se sozinhos? A mim acontece-me! Só gostava que as palmeiras à beira da estrada se assustassem tanto ao me ver como os meus olhos ao vê-las através da janela!

Claro que se em vez de raparigas, estivessem à mesa rapazes, a conversa teria de ser outra.