Fala-se muito de dias especiais, de festas e celebrações, mas e se for ao contrário? E se houver dias tão desastrosos que nos façam querer apagá-los do calendário? Por muito que queiramos esquecê-los, eles perseguir-nos-ão dia e noite, torturando-nos até à exaustão. Arrependimento, vergonha, humilhação, perda, solidão, ou o que quer que seja, habilitam-se a arruinar a nossa boa disposição e a tornar o nosso vocabulário muito dirigido para os palavrões. Sim, mesmo que não os digamos, eles fazem-se ouvir na nossa mente.
Mas isso era dantes! Desde o aparecimento do Youtube, até os dias mais infelizes podem ser contemplados com alguns sorrisos, quiçá algumas gargalhadas. Perante a enorme diversidade de vídeos disponíveis, o mais difícil é optar. Pessoalmente, a minha escolha recai sobre os anúncios publicitários banidos. Quase todos são mais interessantes do que os que passam na televisão! Para não haver injustiça relativamente aos cidadãos sem acesso ao Youtube, os canais de televisão poderiam emitir de vez em quando um programa dedicado aos anúncios banidos. Talvez fosse boa ideia criar programas inteiramente dedicados a mostrar os “tesourinhos deprimentes”, como lhes chamavam os Gato Fedorento. Não sei se sou a única pessoa a quem tesourinhos só faz lembrar peixe panado com formas engraçadas… Uma espécie de panadinhos, mas mais criativos.
Claro que o ideal de qualquer pessoa é poder esquecer os dias que lhe trazem ou trouxeram tristeza. Como não se pode evacuar os pensamentos indesejados, o melhor é tentar substituí-los por outros.
Neste momento, tenho Ruoska no Youtube. Nada como uma poderosa voz finlandesa para aniquilar este silêncio sepulcral… Ah, um demónio daqueles… [censurado] Essas idiotas que vêm ter com o Zezé Camarinha deviam [censurado].
É melhor ficar por aqui antes que o censor se aborreça irreversivelmente.
“Em meados do século XVI o rei D. João III oferece a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria, genro do imperador Carlos V, um elefante indiano que há dois anos se encontra em Belém, vindo da Índia.” fnac.pt
Eis as coordenadas desta nova viagem que constitui o enredo deste novo livro de José Saramago. É a partir desta aparentemente simples demanda que se desenrola uma jornada com uma medida do tamanho da vida humana. Do inicio ao fim, assistimos à vida de um ente vivo: desde o seu nascimento, quando é conhecido pelo mundo, passando pelos seus primeiros passos, quando lhe é dada a devida importância, pelos seus actos, constituintes e produtores de uma máscara social, isto é, de um ser e, por último, vislumbramos a sua morte, como fim natural do mundo que não cessa o seu ritmo. Assim é a vida. Assim é o percurso de Solimão, um elefante, personagem principal nesta trama, e assim é espelhada a sua demanda no seu companheiro Subhro, também ele principal, também ele peregrino. Desta forma é narrada a grande metáfora da vida, como uma viagem, um percurso sempre presente, como uma caminhada que vale a pena fazer. O mais evidente de tudo é isto, é andar para viver, este é o elefante do segredo de saber viver, aquilo que é tão claro, mas dificilmente entendemos. Viver é ser uma espécie de peregrino, saindo sempre de si, e percorrer todo mundo, vislumbrando o todo a cada instante, presenciando a concretização da vida a cada momento. Tal é a lição de Solimão que atravessa os trajectos mais íngremes, os temporais mais fortes, a extremidade das situações mais adversas para, quando chegar ao seu destino, pegar numa criança e salvá-la do abismo. Tal é a lição de Subhro que, mesmo mudando de nome, mudando de religião, mudando de senhor, se mantém igual a si mesmo, conseguindo ultrapassar o contraditório, alcançando os seus objectivos. Viver é ser este elefante que vagueia até onde o esperam, é seguir o caminho sempre sereno e alcançar o seu destino tranquilo e cheio de mundo.
Esta caminhada que é viver é concretizada em nós. Todos possuímos dentro de nós este elefante que nos puxa para a evidência de que é preciso viver. É preciso voar sem abandonar o chão, viver o presente lembrando o passado e alcançando sempre o futuro, tão próximo de nós. Viver é caminhar, agarrando-nos aos pequenos fragmentos de vida que nos rodeiam, para depois alcançar o nosso destino.
Deixo aqui uma música para pensar sobre isto, ou sobre outra coisa qualquer :)
Conhecer melhor o processo de integração das mulheres no mercado de trabalho, as condições profissionais que passam a estar sujeitas e a forma como conciliam a sua vida no emprego com a sua vida pessoal e familiar são os assuntos que vou abordar nesta notícia. Resumidamente, o processo de integração das mulheres no mercado de trabalho a nível mundial começou na década de 60 do século passado e coincidiu com a proliferação das indústrias ligeiras e com a falta de mão-de-obra masculina, que estava ocupada nas guerras coloniais e internacionais e estava constantemente a emigrar, não só porque a classe masculina era a que tinha mais capacidade económica como também procuravam constantemente melhores condições para viver. Como o aumento desse tipo de indústria, aumentou enormemente a oferta de postos de trabalho indiferenciados com baixos níveis salariais e foi a partir desse momento que as mulheres começaram a sua “aventura” no mundo que até então era ocupado exclusivamente por homens. Em Portugal, o processo de entrada das mulheres no mercado de trabalho começou após o 25 de Abril de 1974, com o desenrolar do processo de terciarização da actividade económica portuguesa e com a entrada massiva de mulheres na Administração Pública resultante, nomeadamente, da expansão dos serviços da Educação e da Saúde. Significa isto que as mulheres passaram abdicar mais do papel de donas de casa e de dedicação, em “full time”, às tarefas domésticas e à educação dos seus filhos, para contribuírem para o rendimento familiar, não apenas através da reposição da força de trabalho, mas também do seu salário. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 1965 as mulheres portuguesas representavam cerca de 21,3 % do total da população activa enquanto que, no 3º trimestre de 2008 esse valor já ascendia aos 47 % contra 53% dos homens. Estes números expressam bem o aumento considerável da presença feminina na vida activa. Todavia, a inserção de homens e mulheres no mercado da força de trabalho não se faz de forma idêntica. Tendencialmente, as mulheres trabalhadoras são mais confrontadas com situações de discriminação do que os homens, apesar da legislação constitucional portuguesa dizer claramente que “todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei”. A discriminação começa no momento da admissão. As mulheres têm maior dificuldade que os homens em encontrar o primeiro emprego, independentemente do seu nível de qualificação. A maternidade e as eventuais faltas por assistência à família assumem-se como as principais razões para a preferência por empregados em desfavor de trabalhadores do sexo feminino além de que, a taxa de absentismo feminina é, para quase todos os motivos, sempre inferior à dos homens. Em consequência, o número de mulheres (mesmo com curso superior) a integrar o mercado de trabalho tem sido mais baixo do que o número de homens admitidos nesse mesmo mercado e isso traduz-se obviamente num desemprego feminino superior ao masculino. A discriminação perdura para lá do momento da admissão, particularmente através de práticas de discriminação salarial isto porque, apesar de neste momento em Portugal existirem mais mulheres licenciadas do que homens, na maioria dos casos, são estes que ainda ocupam cargos superiores dentro de uma determinada instituição e tomam as decisões mais importantes e de maior responsabilidade. Enquanto as mulheres ocupam cargos médios e inferiores e de menos nível de instrução porque, ainda existe a ideia fortemente tradicionalista de que o homem é o chefe da família e é ele que tem que estar liberto e mais disponível para desafios fora do âmbito familiar e que a mulher tem de cuidar dos filhos e da casa, ser mais discreta e não trabalhar muito no seu emprego para não se desviar do apoio sistemático e constante quem tem que dar á família. Nos últimos anos, essa mentalidade redutora tem-se alterado a nível nacional sobretudo devido ao forte dinamismo que as diversas instituições de apoio à integração da mulher na vida activa têm tido, ao reconhecimento por parte dos responsáveis políticos e empresários (baseando-se em estudos de psicólogos e sociólogos) que as mulheres têm uma visão diferente, mais humanista e mais cautelosa do que os homens dentro da realidade profissional constituindo um novo desafio claro e inovador para cada organização e empresa e pelo facto de se ter aumentado o investimento em equipamentos sociais de apoio à infância e à terceira idade, libertando a mulher das tarefas domésticas e familiares. Recentemente, o Parlamento Europeu mostrou uma enorme preocupação com a falta de iniciativa e de medidas concretas, por parte dos Estados Membros da UE, que visam combater o nível da disparidade salarial entre homens e mulheres. Por isso, os eurodeputados criaram uma proposta que visava reforçar a legislação europeia aplicável nesta matéria, mediante a imposição aos empregadores da obrigação de realizar auditorias frequentes sobre os salários que praticam nas suas instituições/empresas. Além disso, os parlamentares solicitaram, a cada um dos países membros da União Europeia e às suas autoridades regionais e locais que aumentem a oferta, a qualidade e a acessibilidade dos serviços de guarda de crianças, de idosos e de outras pessoas dependentes e que garantam a compatibilidade do funcionamento destes serviços com horários de trabalho completos para as mulheres que têm à sua guarda esse tipo de pessoas, que promovam boas práticas de equilíbrio entre a vida profissional, privada e familiar da mulher, que apelem de forma sustentada e concreta a uma maior participação dos homens nas tarefas domésticas e familiares e que adoptem medidas e acções públicas que visem proporcionar e melhorar o acesso das mulheres trabalhadoras a informação sobre os seus direitos e sobre todos os serviços públicos que se encontram à sua disposição.
Tentei, de forma pouca aprofundada mas ao mesmo tempo muito realista, dar-vos a noção que as mulheres ainda têm algumas dificuldades em se integrarem no mercado de trabalho, embora actualmente e felizmente isso já não se nota muito pois as mulheres são hoje mais reconhecidas por terem cursos superiores e por estar provado, que também elas conseguem tomar decisões tão ou até mais credíveis e inteligentes do que os homens. Além deste texto, apresento-vos uma entrevista de uma psicóloga brasileira que irá explicar as razões aos quais as mulheres conseguem corresponder muito bem a desafios profissionais. Espero que gostem!!!
Envolto em brumas de misticismo, de esoterismo e de mistério surge-nos o maior e mais cativante simbolista desde sempre.Bertrand-Jean Redon foi um verdadeiro pioneiro na sua época "Fin du Siècle", introduzindo um estilo completamente inovador e carregado de significados,lançando as primeiras sementes, das quais posteriormente viria a brotar o surrealismo.Este pintor que viveu uma classica e freudiana infância infeliz, nasceu em Bordéus, onde viveu até a guerra de 1870/71, que o forçaria a mudar-se para Paris.Redon tomou o seu primeiro contacto com a pintura graças a um botânico amigo da família, de seu nome Armand Clavaud ,que viria a transmitir-lhe o gosto pela pintura e pela botânica.Inspirado por figuras como Rembrandt, cuja obra admirava,Redon iniciou-se na pintura em 1867, realizando uma série de gravuras a carvão que mandou para o Salon de Paris.Após 1870 passou a viver em Paris, cidade na qual desenvolveu a sua obra, conhecendo pintores como Courbet e Corot e visitando incessantemente museus como o do Louvre.Odilon costumava ir a este museu copiar obras com o seu grande amigo Fantin-Latour, que acabaria por transmitir -lhe o gosto pela litografia, o que viria a manifestar-se nas suas primeiras séries litográficas, intituladas "Sonhando".O sonho, o mundo obscuro e profundo do inconsciente foram as suas temáticas preferidas, explorando nas suas obras esse lado negro e soturno , muito antes de um certo André Breton ter lançado o seu "Manifesto Surrealista".Em 1884 Durand- Ruel expôs os trabalhos de Redon na sua galeria, acabando este por se tornar um dos co-fundadores do Salon des Indépendants, conjuntamente com Paul Gauguin e Georges Seurat,contribuindo ferverosamente para a primeira exposição.Em 1886 participou com sucesso na oitava exposição impressionista e também expôs com "Les Vingt" em Bruxelas.A partir de de 1890 a sua obra começa a aumentar exponencialmente,começando a relacionar-se com poetas Simbolistas, tais como Mallarmé e Huysmans, que viriam a incutir o simbolismo na sua obra.Na completa e vasta obra deste pintor conseguimos encontrar com nitidez duas fases distintas.A fase antes de 1894 e depois de 1894.Na primeira fase a obra de Redon é , essencialmente,representada por desenhos e gravuras em pequena escala, a preto e branco, com uma temática neurótica e instrospectiva, quiçá um produto da sua infãncia infeliz.A partir de 1894, surge-nos a segunda fase, que representa a libertação de Redon.Ultrapassadas as neuroses,floresce uma nova arte repleta de luminosidade, de cores radiantes e de temas felizes,sendo a sua principal fonte de inspiração a mente e não o contemplativo olho, reproduzindo pensamentos, sonhos, desejos.Hoje em dia esta é a fase da sua obra mais conhecida, trabalhando muito com pastel e criando cores saturadas, irreais de uma enorme riqueza e intensidade.Embora menos conhecida, a primeira fase da sua obra, repleta de bizarras cabeças flutuantes, criaturas curiosas e de justaposições estranhas todas saídas das profundezas da imaginação, acabaria por ser a principal fonte de inspiração para os pintores surrealistas, que copiaram muita da sua técnica.
Quadros Obrigatórios: "As Árvores","Ofélia entre as Flores","A concha" e "Anémonas e Lírios num vaso azul."
"Deixo livre a minha imaginação no sentido de utilizar tudo o que a litografia me pode oferecer.Cada uma das muitas peças é resultado de uma procura apaixonada do máximo que pode ser extraído da conjunção do lápis,papel e pedra" Odilon Redon.
Os habitantes da zona Norte de Portugal gozam da fama de usarem uma quantidade acrescida de palavrões na sua linguagem corrente, relativamente aos habitantes de outras zonas. Poderíamos questionar-nos se de facto existe uma correspondência entre as opiniões gerais e a realidade. Porém, o estudo estatístico necessário para apurar a verdade seria dispendioso e de utilidade praticamente nula, e por isso não esforçarei ingloriamente a minha imaginação para tais fins.
Não me recordo se terá sido numa noite de insónia, num ano já distante, quando me ocorreu uma ideia para uma nova comemoração: o dia sem palavrões. Admito que só por si, parece um pouco despropositado. Haveria logo alguém a dizer “Ora grande coisa! Um dia sem asneiras.” Pois é. Então e se fosse criado um sistema de apostas, a dinheiro, a géneros ou a serviços, conforme o gosto de cada um, em que ao quebrar a sequência de diálogos sem palavrões, teria de se pagar a alguém que não o tivesse feito. Por exemplo, consideremos que o dia sem palavrões seria comemorado na primeira Quinta-feira de Fevereiro. “Como se fosse um feriado móvel?”. Exacto, nem só a Igreja tem ideias dessas… Noto também uma espantosa falta de celebrações nos dois primeiros meses de cada ano. Mais ninguém se interroga acerca disto? Nas semanas cinzentas e monótonas, nem um dia livre para desanuviar os ânimos…
Mas, continuando, nesse dia de Fevereiro poderia alguém lembrar-se de apostar o seguinte: o primeiro indivíduo que pronunciasse um palavrão teria de tomar um reconfortante duche de água fria! O duche teria de ser completa, e deixar de lavar a cabeça seria tido como batota. Assim, o perdedor iria provavelmente passar o resto do dia com as frases invertidas, ou seja, uma ou duas palavras inseridas no contexto de um extenso conjunto de palavrões. Para o vencedor, seria uma oportunidade de se rir um bocado.
“O filme narra, de trás para frente, a história de uma vingança. A primeira sequência mostra dois amigos desesperados, Marcus (Vincent Cassel) e Pierre (Albert Dupontel), saindo pelo submundo de Paris à procura do homem que teria violado e espancado Alex (Monica Bellucci), a actual namorada de Marcus e ex-namorada de Pierre. Em seguida, a narrativa volta passo a passo no tempo para mostrar como Marcus e Pierre descobriram o nome do autor do crime, recuando até à própria violação e aos eventos que a antecederam.”
A primeira vez que vi o Irreversível passei o filme a tapar os olhos com as mãos. A sucessão caótica de imagens, os diálogos relâmpago inesperados, o som enjoativo e a frieza das circunstâncias e dos acontecimentos deixaram-me completamente KO. Nunca tinha visto nenhum filme de Gaspar Noé então e não estava habituada ao seu realismo cru, nem às imagens brutais que apresenta nos seus filmes. Sinceramente, no início pensei que o filme não passava de um mero conjunto de imagens que se sucediam umas às outras de trás para a frente. Pensei que estava desprovido de qualquer conteúdo e beleza. Contudo, mais tarde, dediquei-me a conhecer um pouco mais da obra deste realizador e hoje afirma-se para mim como um grande pensador no mundo do cinema. Noé, através do seu método implacável de mostrar a realidade nua e crua, trabalha conceitos, pensamentos, ideias. O enlace das imagens não é arbitrário, mas possui uma lógica e uma simbologia muito fortes. Através da vertigem das imagens pretende provocar o espectador, fazer com que, através do vómito psicológico, algo mexa dentro dele ( e não só o jantar que comeu antes de ver o filme!). Se analisarmos cada sequência do filme, podemos ver que da fealdade das imagens do quotidiano nasce uma beleza inigualável. O seu cinema é a vida, não um conjunto de imagens utópicas que nos fazem aguentar melhor o percurso da nossa existência. Numa espécie de masoquismo, mostra-nos como as pequenas coisas do quotidiano, por mais simples que sejam, nos aliviam do sofrimento do dia-a-dia. Após o enjoo vem sempre o prazer, depois do esforço do terror, experimentamos o alívio de estarmos livres. O irreversível espelha exactamente a realidade de que existem factos que nos rodeiam que jamais podem ser mudados. Existem coisas que não podem ser alteradas. A acção humana, por pior ou melhor que seja, é definitiva. Quando a montanha russa pára, só temos que sair, recuperar o equilíbrio e andar para a frente.
Se a sonolência é prejudicial, a falta dela não o é menos. Aqueles que já sofreram de insónias reconhecem que na maior parte das vezes se trata de uma situação desagradável. O relógio avança na sua contagem e os olhos continuam sem vontade de se fechar. Algumas pessoas insistem em permanecer na cama, esperando o sono como quem aguarda uma dádiva divina. Então esses que defendem que se deve ter iniciativa, ir á luta e tudo o mais, também se deixam jazer inertes e desesperados por não conseguirem adormecer?! Convicta de que esta não é a melhor solução, defendo que se deve ajudar essas pessoas a encontrar alternativas. Não importa qual a causa da insónia, o que é preciso é arranjar actividades interessantes para preencher o tempo. Uma ferramenta útil para estas noites difíceis é um computador, melhorando ainda com a possibilidade de acesso à internet. Não havendo nada mais inspirador para fazer, sempre se pode jogar pinball pela noite dentro, pressionando o teclado até à exaustão. Pode-se também brincar com os programas de computador, descobrindo as suas funções mais ocultas e as teclas de atalho todas. Na internet a diversão é mais diversificada, e por isso deixo ao critério de cada um. Claro que a Playstation e os seus concorrentes são igualmente excelentes companhias. Também se pode optar por deixar as máquinas em paz e ler um livro, um jornal ou uma pilha de revistas. Sim, é mesmo uma pilha de revistas, porque elas quase só trazem fotografias, e portanto a leitura é escassa para quem precisa de ocupar várias horas de vazio. Quem andar em busca de usufruir da sua criatividade, pode dedicar-se à escrita. Quem quiser exercitar-se pode esmurrar um saco de areia, pois faze-lo numa parede provocaria a cólera dos vizinhos, ou dos restantes habitantes da casa, se for uma moradia. E quem preferir sempre pode ficar a observar as estrelas.