Porque a realidade do subúrbio não tem que ser necessariamente má!

sábado, 29 de novembro de 2008

Let the right one in – A inocência do Bem e do Mal




Continuando a falar de cinema nórdico, esta semana escolhi um filme contemporâneo: Låt den rätte komma in de Tomas Alfredson. Baseado no romance de John Ajvid Lindqvist com o mesmo nome, este filme relata um belo romance entre duas crianças: Oskar, um rapaz de 12 anos preso num mundo solitário e Eli, uma vampira. Oskar, constantemente vítima de agressões por parte dos seus colegas, deseja inconscientemente matar aqueles que o oprimem. Por outro lado, Eli mata para sobreviver. Duas crianças de 12 anos que vivem no debate constante entre matar e viver.

A pureza de ser criança é retratada de uma forma muito bonita e cheia de simbolismos, através de planos lindíssimos onde a violência dá lugar a um bailado de afecto. Quando estas duas crianças abrem os seus braços uma para a outra, toda a malícia da humanidade desaparece. O medo de conhecer o outro desfalece e dá lugar a uma intimidade imaculada, sem barreiras.

Dentro da amizade que cresce entre ambos, Eli volta a sentir-se humana, mas a sua necessidade de matar arrasta-a para a sua perdição num mundo onde o instinto reina. Após matar um ser humano Eli, na sua inocência de eterna criança, chora. Não apenas por ter morto para viver, mas por se estar a perder cada vez mais de si mesma. Há um enorme debate interior sobre se a sua condição maligna equivale a uma natureza igualmente má. Será a nossa essência espelho daquilo que fazemos com os nossos actos, ou permanecerá intacta?

Por outro lado, Oskar enfrenta a vergonha de não se conseguir defender, de não conseguir ferir o outro. A vontade de agir é ultrapassada pela sua bondade natural, seu instinto primordial. Enfrentando o problema oposto ao de Eli, vê o seu caminho cruzar-se com o dela, criando um universo onde ambos podem coexistir, sendo eles próprios, livremente.

De forma muito simples, este filme retrata o constante debate entre o bem e o mal no mundo puro de duas crianças. Através da forma como se aceitam uma à outra, independentemente daquilo que sejam, dão uma bela lição à humanidade, onde a face do outro está sempre de costas para nós.



sexta-feira, 28 de novembro de 2008

The Next Guest!


A pedido de várias famílias cá está ele!

Pedofilia


Doença ou Crime?

Para muita gente, principalmente para violadores e vítimas, é tema tabu. Para especialistas, é um flagelo social que tem que ser profundamente abordado e combatido. Para as autoridades políticas nacionais, cabe à Justiça resolver esses casos, incriminando os agressores. Na perspectiva da Justiça, terá de haver urgentemente políticas que evitem a propagação e sobretudo a ocorrência dessa “pedosexualidade”.

Afinal, como combater essa forma de exploração sexual contra meninas e meninos de todo mundo, que para os mais variados especialistas sobre esta matéria, tem crescido de forma assustadora e imparável nos últimos 10/5 anos?


A resposta tentou ser dada por representantes de Governos, Organizações Não-Governamentais e académicos e membros de outros tipos de organizações sociais e humanitárias (no total de três mil pessoas de 124 países) no 3° Congresso Mundial de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que começou no passado dia 26 de Novembro no Rio de Janeiro (Brasil) e prolongou-se até dia 28 desse mesmo mês.

Face às mudanças ocorridas nas características de exploração sexual de crianças e adolescentes, todos os presentes no Congresso tentaram encontrar novos caminhos para enfrentar a exploração sexual infantil que tem aumentado ilimitadamente devido sobretudo ao crescimento do turismo sexual, da pedofilia e da pornografia na Internet.


Muireann O´Brian, advogada especializada em questões de Direitos Humanos, enfatizou a importância de encontrar maneiras cada vez mais ágeis e efectivas de cooperação entre os países. “Precisamos de tomar medidas para inibir o turismo sexual e proteger as nossas crianças e adolescentes. É necessária uma cooperação internacional cada vez maior para eliminar essa prática. É absolutamente fulcral combater essa violação dos direitos humanos. È muito fácil colocar medidas no papel, mas já chegou mais do que a altura de agir”, disse.


No caso de Portugal, os crimes relacionados com o abuso sexual sobre menores não alcançam 1% do total de crimes a menores registados pelas 280 Comissões de Protecção de Crianças e Jovens existentes no país. A delegação portuguesa presente no Congresso afirmou que as autoridades portuguesas estão bastantes atentas a estes crimes. “A incidência da problemática tratada no Congresso, não é muito expressiva em Portugal, é muito pequena mesmo, mas estamos atentos e preocupados”, realçou, destacando o sucesso das iniciativas do Governo português, nomeadamente promovendo parcerias com universidades portuguesas para o desenvolvimento de programas de formação parental para que os pais olhem para as suas crianças de uma forma positiva, que não as maltratem e respeitem a sua opinião e realizando programas de acolhimento e acompanhamento de crianças e jovens vítimas de maus tratos, também oriundas do estrangeiro.


Até agora, teve-se a abordar a melhor ou as melhores formas de combater a pedofilia mas temos que ter bem presentes em nós o que é a pedofilia ou seja, se é um crime da mesma natureza de uma simples roubo ou homicídio ou é algo mais complexo que chegue ao ponto de ser um distúrbio mental que leve ao seu portador um desejo obsessivo e doentio em ver e interagir com os órgãos sexuais de alguém tão inocente e indefeso como seja uma criança?


Segundo a Organização Mundial de Saúde, a pedofilia é definida actualmente como uma doença, distúrbio psicológico e desvio sexual (ou parafilia). Nos manuais de classificação dos transtornos mentais e de comportamento, encontramos essa categoria diagnóstica.

Caracteriza-se pela atracção sexual de adultos ou adolescentes contra menores de 14 anos. O simples desejo sexual, independente da realização do acto sexual, já caracteriza a pedofilia. Não é preciso, portanto que ocorram relações sexuais para haver pedofilia.


O facto de ser considerada um transtorno, não reduz a necessidade de campanhas de esclarecimento visando a protecção de crianças e adolescentes e nem tira a responsabilidade do pedófilo pela transgressão das barreiras geracionais. Só as consequências do comportamento de um pedófilo é que são consideradas crime e devem ser obrigatoriamente puníveis com penas de prisão juntamente com consultas ou até internamentos com o objectivo do transgressor não voltar a cometer tamanhas barbaridades pedófilas no futuro.


È importante referir que a pedofilia ainda é tolerada e ignorada em muitas legislações de vários países e dos países em que não é, só muito poucos possuem políticas eficazes de combate a essa doença de natureza psicológica.


Para terem uma ideia dos motivos pelos quais os crimes de pedofilia ainda não são firmemente divulgados e combatidos por todo o Mundo basta dizer-vos que, na maioria desses crimes sexuais, o pedófilo é uma pessoa próxima à criança e fortemente confiável por esta e que se aproveita da sua fragilidade para satisfazer os seus desejos sexuais. Porém, razões “não-sexuais” podem também estar envolvidas nessa relação, o que por si só é suficiente para se provar que o criminoso não é um pedófilo. Além do facto de ser muito difícil ou mesmo impossível convencer uma criança a denunciar alguém que lhe é muito querido.


Há portanto muito trabalho pela frente….

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Caspar David Friedrich - um crente no Romantismo.


Figura Proeminente do Romantismo alemão, Caspar David Friedrich, foi um pintor que atribuiu significados deveras profundos aos mais belos e singelos cenários naturais, absorvendo a beleza e a grandiosidade do sumo criador de uma forma sentimental e carregada de simbolismo. Caspar Friedrich, nasceu em Greifswald,estado de Mecklenburg-Vorpommern,Alemanha, mas viajou para a Dinamarca onde estudou na academia de Copenhaga, acabando por regressar,sendo convidado para integrar a academia de Berlim, mas acabando por retornar alguns anos depois, a Dresden, onde se tornou membro da academia da cidade, aí exercendo actividade de professor de pintura, implementando na Alemanha oitocentista a pintura paisagística romântica.Este magnífico e completo artista, era um seguidor fiel do Romantismo, cujo "Locus amoenus" invade as suas obras de uma forma carregada de simbolismo, sendo associado aos temas católicos, que tão caros eram a este artista.Cristão convicto e crente na ressureição e no poder infinito do criador, Caspar retrata a natureza de uma forma muito especial,afastando-se dos cânones setecentistas que consagravam uma visão turística da mesma, despindo-a de significados, mas aproximando-se da pintura vedutista do século XVIII que foi a sua grande fonte de inspiração, perspectivando a natureza de acordo com o estado anímico do observador, tendo os quadros diversos planos e diversas tonalidades de cor, associados a diferentes estados de espírito, mais carregados, mais duros, ou pelo contrário, mais leves,mais luminosos e radiantes.Ao observarmos diversas obras de Friedrich, verificamos que existem elementos de presença quase constante, dos quais se podem retirar interpretações contextuais , nomeadamente os carvalhos e as igrejas góticas, que estão inevitavelmente associados ao cristianismo,as árvores mortas que estão associadas à morte e ao desânimo, os barcos que simbolizam a transição para o outro mundo, sendo isto bem visível através das duas atmosferas entre as quais os mesmos navegam, uma escura e outra repleta de luminosidade, que é, muito provávelmente o céu, destino de todos os crentes de bem.Para além destes elementos, encontramos ainda figuras a olhar para o horizonte, que simbolizam a esperança na ressureição e numa nova etapa, necessariamente melhor, e o anoitecer a tornar-se amanhecer e o Inverno a tornar-se Primavera como expressões de uma transição espiritual.Afirmam algumas más e desinformadas línguas que Friedrich buscou alguma inspiração nos quadros do britãnico Turner, seu contemporâneo e vísivel concorrente dentro do romantismo.Discordo completamente desta afirmação, pois Turner, embora fosse um exímio gravurista de paisagens contextualizadas sentimentalmente,não observava nem sentia a natureza da mesma forma que Friedrich,não a relacionando com temáticas cristãs, nem jogando com os diversos planos anímicos. Para além de ter uma técnica completamente diferente ,Turner abordava ainda temáticas bastante opostas ,manifestando nas suas obras a paixão pelas forças da natureza e pelas máquinas a vapor, sendo um verdadeiro entusiasta da revolução industrial.Após esta breve divagação, consigo afirmar, com toda a certeza, que Friedrich foi um pintor bastante original,surpreendendo os presentes e os vindouros com a sua excepcional sensibilidade, sendo uma figura incontornável do romantismo na pintura mundial.
Quadros obrigatórios:"Caminhante contemplando um mar de nevoeiro","As idades da vida","A abadia debaixo dos carvalhos" ,"Falésias calcárias de Rügen" e "Árvore solitária."

terça-feira, 25 de novembro de 2008

O álcool e a verdade


Nunca fui adepta de me embriagar, nem sozinha nem acompanhada, embora considere deveras curiosos os efeitos que o consumo excessivo de álcool produz. As reacções das pessoas são extremamente variáveis. Uns tornam-se violentos, outros riem-se, outros choram… No entanto, uma questão despertou a minha atenção: será que uma certa dose de álcool torna as pessoas mais sinceras, mais verdadeiras, mais genuínas…? Se a resposta for afirmativa, então nada melhor do que convencer alguém a ingerir umas quantas bebidas, para ter noção do tipo de atitudes e comportamentos para os quais tem propensão.
Imaginemos por exemplo uma pessoa que faz um tremendo esforço para agradar, que se desfaz em amabilidades, unicamente para esconder o seu lado lunar, como dizia o nosso conhecido Rui Veloso. Após duas ou três cubas libres, a simpatia desapareceria automaticamente e seria natural que surgissem frases como “Lá onde eu trabalho, aquilo devia explodir!” ou “Os meus colegas são uns animais!” (e alguns nomes jocosos que não me atrevo a repetir). Claro que poderiam surgir outros tipos de afirmações comprometedoras, tais como “Cada vez que vou para a cama com [inserir o nome da pessoa em questão] só consigo pensar em [inserir o nome de uma pessoa considerada bastante mais interessante do que a anterior] ”.
Se eu tivesse a possibilidade de usar cobaias humanas, gostaria de testar esta hipótese. Se o álcool tiver realmente este efeito, não será necessário um polígrafo para testar a veracidade das afirmações proferidas. Portanto, passando para o plano experimental, eu usaria dois grupos de vinte pessoas, dez do sexo feminino e dez do sexo masculino, perfazendo um total de quarenta pessoas. A um dos grupos de vinte fornecia-se-lhe diversas bebidas alcoólicas e registava-se os seus comportamentos nos instantes subsequentes. De seguida, comparava-se com o outro grupo, o de controlo, que obviamente teria de ter características semelhantes ao grupo experimental. Se esses vinte fossem operários da construção civil e senhoras das limpezas, os outros vinte também teriam de ser, porque senão o estudo ficaria enviesado. Ah… Como eu adoro esta palavra! Enviesado!! É esta e é “trucidado”…
À hora a que escrevo isto, encontro-me no laboratório com mais seis elementos do sexo feminino. E se elas estivessem embriagadas… O que diriam?

domingo, 23 de novembro de 2008

The Next Guest!


And the next guest is....try to guest!

Dreyer: entre a palavra e o silêncio



Ordet é um filme de Dreyer de 1955 e narra uma história onde a fé nem sempre é concretizada na acção humana, onde os que se dizem crentes não crêem e os que crêem de facto são vistos como “loucos” ou demasiado “inocentes”.

Para Dreyer o olhar é o espelho da alma, o rosto ultrapassa a sua condição física e mostra as profundezas ocultas do ser humano, como o próprio aconselha: “Nunca devemos deixar de explorar o rosto humano, vê-lo animado do interior e transformando-se em poesia.”. Assim, por detrás dos rostos das personagens de Ordet encontra-se a sua chama, a sua palavra no íntimo do silêncio da alma e podemos desvelar as suas crenças. Borgen é luterano, Peter é chefe de uma seita evangélica, Mikkel é ateu, Anders é agnóstico e Inger pode ser vista como panteísta (já que o seu rosto se ilumina quando fala dos pequenos milagres ocultos da natureza). A crença (ou a falta dela) é aquilo que consola as almas destas personagens. Contudo, é também aquilo que as separa já que, acreditando que a natureza das suas crenças é diferente, as suas relações tornam-se quase impossíveis. O que Dreyer pretende com a denúncia destes pequenos conflitos (por exemplo, com a impossibilidade da união dos filhos de Borgen e Peter) é mostrar a sua falta de importância. Através da ironia mostra-nos que crer realmente, não pode ser um acto de separação, mas de união.

Contudo, aquilo que é mais importante neste filme é o combate (por vezes união) entre a palavra e o silêncio. A palavra é poder (que dá a vida), é afirmação e contradição, é profecia, união, vontade e fé. A palavra é a vida, o silêncio é a morte. Isto pode ser retratado pelo silenciar do relógio quando Inger morre. O silêncio é o fim do tempo devorador. Tudo se encontra nas palavras de Johannes quando este descreve Deus como “o homem da ampulheta”, cujo toque tem o poder de tudo silenciar.

Por outro lado, a palavra, para fazer sentido, também precisa do silêncio, senão cairia no abismo da loucura. Johannes é visto por todos como louco por falar de uma forma muito abstracta e profética (pensando que é Cristo). Contudo, após a sua fuga (depois da morte de Inger), após o seu silêncio ganha, de novo, a razão e a sua palavra profética volta a fazer sentido. Para além disto, quando a palavra é pura, quando é proferida por uma inocente como a pequena Maren, simboliza também poder. Poder esse que dá força a Johannes para ressuscitar Inger.

Este combate entre a palavra e o silêncio também pode ser visto no facto de todas as crenças das personagens terem por arma a palavra, arma essa que é silenciada nos actos, já que nenhuma delas introduz na sua conduta aquilo que proclama na teoria. Contudo, o silêncio também traz paz, já que é através da morte de Inger que todos se unem. O silêncio tem o poder de, através da sua opacidade, do seu vazio, acordar os surdos (que não ouvem por estarem imersos em demasiadas palavras). Por isto, o silêncio também é reflexão.

As duas personagens que reconciliam a palavra e o silêncio são Johannes e Maren, o louco e a criança. Unidos têm a força para levantar a impotência dos iludidos (ditos crentes) e realizar o milagre de trazer Inger de novo à vida: Maren através do silêncio do seu sorriso (que diz tudo) e Johannes através da sua palavra. Possuem em si o poder de transpor o significado críptico da palavra e acreditar realmente nela, como se fosse um ente vivo e também a força de sublimar o silêncio com o sorriso tão puro que cala a morte.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Op Art e Vasarély


Dono de uma surpreendente técnica matemática e perfeccionista, e apologista de um sensorialismo máximo, quase sinestésico, Victor Vasarély foi o grande inspirador desse quase desconhecido movimento artístico,de seu nome Op Art.Este termo significa "Optical Art", e baseia-se numa filosofia sensorial, e num profundo entendimento de que a arte deveria afastar-se dos meios convencionais e utilizar media e técnicas modernas, tornando-se, deste modo parte do dia-a-dia numa simplicidade elementar.Vasarély quando iniciou este movimento tinha em mente, somente, criar uma arte que motivasse sensações positivas no espectador, nada de intelectual, mas puramente sensorial,matemático, científico e magnético para o olhar do espectador , fazendo-o percorrer os movimentos, as perspectivas de relevo do quadro em causa, numa deliciosa sinestesia entre o tacto e a visão, conseguindo os olhos quase tocar uma terceira dimensão que não passava, apenas e somente de...uma ilusão óptica!Após ter constatado o impacto da sua obra, este Húngaro começa a manifestar interesse em incluir as criações ópticas no design dos edifícios e dos equipamentos urbanos, cuja monotonia frouxa ele atacava.Na primeira vez que olhei para um quadro de Vasarély, e até mesmo da sua percussora Bridget Riley,que é outra das figuras de proa deste movimento,lembrei -me de uns livros que a minha mãe tinha comprado da Taschen há vários anos atrás sobre imagens em 3D,sendo estes concebidos por computador, o que me deixou ainda mais surpreendido com a obra deste pintor, cuja técnica e rigor matemáticos se aproximam de um quadro projectado por uma máquina .Esta técnica apurada é perfeitamente compreensível atendendo ao historial deste génio, que deu os primeiros passos nesta arte com Sandór Bortnyic, um construtivista russo, que viria a inspirar de forma notória a concepção das obras de Vasarély, tendo este posteriormente obtido uma graduação em Design, o que lhe permitiu aprofundar os seus conhecimentos, facilitando-lhe a realização de modulações em 3D manuais!Visivelmente inspirado pelo frio e robusto construtivismo russo,este artista iniciou as suas obras de uma forma mais elementar, usando apenas o branco e o preto, como se pode visualizar na sua obra "Zebra", deixando-se, posteriormente, render à cor,que usou e abusou de uma forma explosiva,contribuindo para uma sensação de relevo , obtida através das várias graduações cromáticas, sendo este um dos elementos magnetizantes do tal olho do espectador, que assistia, deslumbrado, a uma até então inédita mistura de arte e ciência.

"A melhor forma de sentir uma obra de arte, é vivê-la,em vez de tentar compreendê-la"
Victor Vasarély

Futebol


José Mourinho: “O futebol italiano está atrás da Premier League e da I Liga espanhola”


Declaração proferida pelo treinador português durante uma reunião de treinadores profissionais que se realizou em Florença.


José Mourinho, treinador do Inter de Milão, elogiou a cultura táctica que as equipas do Calcio (designação do campeonato italiano) possuem.


Apesar disso, afirmou aos treinadores profissionais presentes na reunião, que o futebol italiano não agrada ao estrangeiro. “Esta forma de jogar futebol, demasiado cínica e fria, não agrada para quem o vê fora de Itália pois, para os estrangeiros, está atrás da Premier League (Inglaterra) e da I Liga espanhola (Espanha)”.


Mourinho ainda deu o exemplo da sua família em Portugal que “tem de esperar até à meia-noite para assistir a um encontro do Inter de Milão, enquanto que os jogos em Inglaterra e Espanha são transmitidos antes”.

No final da reunião, acaba por fazer uma comparação interessante com o futebol português. “Nós, portugueses, somos como vocês italianos. É muito importante vencer, mesmo que seja a um minuto do final sem dar espectáculo”, acrescentando que “é verdade que o futebol italiano é difícil e exige uma grande preparação da parte do treinador. Por exemplo, contra o Génova (0-0), mudei três a quatro vezes a fórmula táctica e, de todas as vezes, o adversário adaptou-se. Para mim, enquanto treinador, é um espectáculo fantástico!”, rematou.


Desde que assumiu o comando técnico do Inter de Milão, no início da época, o antigo treinador do FC Porto e do Chelsea tem sido muito crítico para com o jogo italiano, citando os estádios vazios, oposto ao que acontece em Inglaterra, a atenção excessiva para com detalhes menores e o facto de a estratégia surgir quase sempre à frente do espectáculo.


Recorde-se que José Mourinho já disse que pretende regressar a Inglaterra quando o contrato de três anos com o líder do campeonato italiano expirar.