Doença ou Crime?
Para muita gente, principalmente para violadores e vítimas, é tema tabu. Para especialistas, é um flagelo social que tem que ser profundamente abordado e combatido. Para as autoridades políticas nacionais, cabe à Justiça resolver esses casos, incriminando os agressores. Na perspectiva da Justiça, terá de haver urgentemente políticas que evitem a propagação e sobretudo a ocorrência dessa “pedosexualidade”.
Afinal, como combater essa forma de exploração sexual contra meninas e meninos de todo mundo, que para os mais variados especialistas sobre esta matéria, tem crescido de forma assustadora e imparável nos últimos 10/5 anos?
A resposta tentou ser dada por representantes de Governos, Organizações Não-Governamentais e académicos e membros de outros tipos de organizações sociais e humanitárias (no total de três mil pessoas de 124 países) no 3° Congresso Mundial de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que começou no passado dia 26 de Novembro no Rio de Janeiro (Brasil) e prolongou-se até dia 28 desse mesmo mês.
Face às mudanças ocorridas nas características de exploração sexual de crianças e adolescentes, todos os presentes no Congresso tentaram encontrar novos caminhos para enfrentar a exploração sexual infantil que tem aumentado ilimitadamente devido sobretudo ao crescimento do turismo sexual, da pedofilia e da pornografia na Internet.
Muireann O´Brian, advogada especializada em questões de Direitos Humanos, enfatizou a importância de encontrar maneiras cada vez mais ágeis e efectivas de cooperação entre os países. “Precisamos de tomar medidas para inibir o turismo sexual e proteger as nossas crianças e adolescentes. É necessária uma cooperação internacional cada vez maior para eliminar essa prática. É absolutamente fulcral combater essa violação dos direitos humanos. È muito fácil colocar medidas no papel, mas já chegou mais do que a altura de agir”, disse.
No caso de Portugal, os crimes relacionados com o abuso sexual sobre menores não alcançam 1% do total de crimes a menores registados pelas 280 Comissões de Protecção de Crianças e Jovens existentes no país. A delegação portuguesa presente no Congresso afirmou que as autoridades portuguesas estão bastantes atentas a estes crimes. “A incidência da problemática tratada no Congresso, não é muito expressiva em Portugal, é muito pequena mesmo, mas estamos atentos e preocupados”, realçou, destacando o sucesso das iniciativas do Governo português, nomeadamente promovendo parcerias com universidades portuguesas para o desenvolvimento de programas de formação parental para que os pais olhem para as suas crianças de uma forma positiva, que não as maltratem e respeitem a sua opinião e realizando programas de acolhimento e acompanhamento de crianças e jovens vítimas de maus tratos, também oriundas do estrangeiro.
Até agora, teve-se a abordar a melhor ou as melhores formas de combater a pedofilia mas temos que ter bem presentes em nós o que é a pedofilia ou seja, se é um crime da mesma natureza de uma simples roubo ou homicídio ou é algo mais complexo que chegue ao ponto de ser um distúrbio mental que leve ao seu portador um desejo obsessivo e doentio em ver e interagir com os órgãos sexuais de alguém tão inocente e indefeso como seja uma criança?
Segundo a Organização Mundial de Saúde, a pedofilia é definida actualmente como uma doença, distúrbio psicológico e desvio sexual (ou parafilia). Nos manuais de classificação dos transtornos mentais e de comportamento, encontramos essa categoria diagnóstica.
Caracteriza-se pela atracção sexual de adultos ou adolescentes contra menores de 14 anos. O simples desejo sexual, independente da realização do acto sexual, já caracteriza a pedofilia. Não é preciso, portanto que ocorram relações sexuais para haver pedofilia.
O facto de ser considerada um transtorno, não reduz a necessidade de campanhas de esclarecimento visando a protecção de crianças e adolescentes e nem tira a responsabilidade do pedófilo pela transgressão das barreiras geracionais. Só as consequências do comportamento de um pedófilo é que são consideradas crime e devem ser obrigatoriamente puníveis com penas de prisão juntamente com consultas ou até internamentos com o objectivo do transgressor não voltar a cometer tamanhas barbaridades pedófilas no futuro.
È importante referir que a pedofilia ainda é tolerada e ignorada em muitas legislações de vários países e dos países em que não é, só muito poucos possuem políticas eficazes de combate a essa doença de natureza psicológica.
Para terem uma ideia dos motivos pelos quais os crimes de pedofilia ainda não são firmemente divulgados e combatidos por todo o Mundo basta dizer-vos que, na maioria desses crimes sexuais, o pedófilo é uma pessoa próxima à criança e fortemente confiável por esta e que se aproveita da sua fragilidade para satisfazer os seus desejos sexuais. Porém, razões “não-sexuais” podem também estar envolvidas nessa relação, o que por si só é suficiente para se provar que o criminoso não é um pedófilo. Além do facto de ser muito difícil ou mesmo impossível convencer uma criança a denunciar alguém que lhe é muito querido.
Há portanto muito trabalho pela frente….
1 comentário:
Sim amigo,para além de ser um distúrbio mental visível, é, por vezes, e com toda a certeza, uma calculista manifestação de um aproveitamento das fragilidades da criança, com o objectivo de um sexo fácil, muitas vezes silenciado com aliciamentos ,entre outras coisas.Nesta semana em que começaram as alegações finais do processo casa pia, que se irão prolongar por vários meses, tendo em conta que as alegações do ministério público são 2000 e tal páginas, não podias ter escolhido um tema melhor do que este!
Abraços!
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