Vou falar de um tema que não é muito comum ser abordado publicamente nem, quanto muito, por nós, seres mortais que queremos mais que as nossas doenças e/ou indisposições de outra ordem sejam curadas por medicamentos e por outro tipo de fármacos, do que propriamente saber como funciona a indústria farmacêutica e como ela contribui para o bem-estar social e para que as pessoas consigam melhorar a sua qualidade de vida.
Existe uma palavra que é a chave para o impacto estrondosamente positivo que o sector farmacêutico tem tido na sociedade, bem como na economia portuguesa – inovação terapêutica.
Nesse sentido, tem havido muitas iniciativas públicas, privadas e até europeias que têm tido o objectivo de estimular a inovação terapêutica e políticas de I&D (Investigação e Desenvolvimento) no sector da indústria farmacêutica em Portugal com o objectivo de não só agilizar o processo de criação de um novo medicamento e/ou de incrementação de valor terapêutico aos fármacos já existentes, como também e acima de tudo, proporcionar uma rápida disponibilidade de novos “remédios” aos doentes.
Segundo dados da Apifarma (Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica), a indústria farmacêutica portuguesa tem uma dimensão reduzida, está pouco internacionalizada e tem uma estrutura que, na sua generalidade, é familiar e que por norma investe muito pouco em I&D tendo uma linha de produção de novos fármacos reduzida e que está excessivamente dependente de licenças.
Para contrariar esse facto, o Governo português pretende criar um fundo de investimento para este tipo de indústria com a finalidade de estimular a produção e a incorporação de novos medicamentos nacionais no mercado português, bem como aumentar de forma significativa a sua transacção e uso em ambulatório, em centros de saúde e em hospitais.
Apesar da dimensão da indústria farmacêutica ser limitada, é importante realçar que 8% de todo o sector de I&D existente em Portugal é realizado por este tipo de indústria. È uma marca bastante significativa ainda para mais pelo facto de parte da investigação farmacêutica feita em Portugal ser realizada por licenciados e pós-doutorados nas áreas das Ciências Farmacêuticas entre outras, que vão estagiar no estrangeiro e regressam a Portugal com conhecimentos científicos e técnicos bastante mais aprofundados, constituindo assim uma enorme mais-valia em termos de Know-How para o desenvolvimento do sector farmacêutico que está actualmente cada vez mais internacionalizado.
Vou agora realçar o papel bastante importante que os farmacêuticos têm dentro deste “sistema” complexo da Indústria Farmacêutica, pois são eles que entram em contacto directo com os pacientes e os auxiliam com grande vontade e determinação para que, após a tomada do(s) medicamento(os) disponibilizado(s), recuperem rapidamente e tenham uma vida mais saudável e duradoura.
Portanto, para cumprir a sua função com distinção, o farmacêutico quer ser um amigo, confidente e conselheiro dos pacientes que atende tentando acrescentar Saúde e Boa Disposição às suas vidas.
A evolução do papel do farmacêutico sofreu profundas alterações ao longo dos últimos anos. Se é verdade que longe vão os tempos em que o atendimento numa farmácia se resumia ao “aviar da receita” prescrita pelo médico, actualmente, o farmacêutico assume cada vez mais uma relação de confidência plena e incondicional e de forte cooperação com o utente.
Para melhor perceber esta cumplicidade entre o farmacêutico e aqueles que a ele recorrem na busca da cura para os seus males, eis um testemunho interessante de uma farmacêutica de seu nome Marina Leal (Directora Técnica da centenária Farmácia Serrano, na Lousã), que se entregou de alma e coração à profissão à 17 anos: “Até aos anos 90, a generalidade das farmácias estava entregue a pessoas que não eram, na verdadeira acepção da palavra, farmacêuticos. A minha geração foi a primeira a assumir o papel do farmacêutico como alguém cuja profissão vai muito para além da simples venda de medicamentos. Ser farmacêutico não era uma profissão que a generalidade dos estudantes de farmácia ambicionava. A maioria procurava um futuro na indústria farmacêutica, nos laboratórios, e por isso o conceito de cuidados e serviços farmacêuticos é relativamente recente”.
Além disso, Marina Leal explicou que, actualmente, a profissão de farmacêutico é muito mais exigente e desafiadora e que por isso, parra se ser bom farmacêutico são necessárias competências mais vastas e exigentes como a prestação de cuidados farmacêuticos, acompanhamento personalizado dos medicamentos e da terapêutica que é prescrita aos doentes e um atendimento activo, filtrando a prescrição médica tendo em conta o paciente a que se destina.
Concluindo, quer a Maria Leal quer todos os farmacêuticos que opinaram sobre a profissão de farmacêutico em Portugal, afirmam unanimemente que o futuro desta classe profissional terá de passar por se criar uma imagem e uma identidade reforçada junto dos utentes, sendo cada vez mais importante o farmacêutico ser um psicólogo e um “ombro amigo” que os acuda com grande sentido de responsabilidade, clareza e determinação.
Pessoal,
Eu escrevi este artigo sobre o que é e como funciona a indústria farmacêutica em Portugal (em traços resumidos!) e o papel da profissão de farmacêutico na sociedade actual porque tive a pesquisar esta área por simples curiosidade e concluí que o sector farmacêutico, além de requerer um enorme investimento em inovação tecnológica, todos os agentes que trabalham nele têm de possuir um elevado grau de qualificação, coisa que infelizmente o nosso país ainda está muito aquém da média europeia.
Por isso, valorizo aqui todos os cidadãos e cidadãs portuguesas que trabalham na indústria farmacêutica e nas farmácias, pois todos estão a contribuir grandiosamente para a resolução rápida e continuada dos problemas de saúde que afectam os portugueses.
Para terminar, queria referir que é tão importante ser médico, como ser farmacêutico ou enfermeiro porque todos contribuem para o mesmo objectivo que é tornar o serviço de saúde cada vez melhor.
Não é por um aluno que escolha o curso de Farmácia, que deve ser considerado “menos competente” do que um outro que entre em Medicina só porque a média de entrada neste curso é maior.
Aliás, há situações em que se passa precisamente o contrário. Por exemplo:
Aqui há dias, fui ao médico por causa de uma pequena alergia que tinha nas pernas (apareciam borbulhas e mais borbulhas e inchaços). O médico deu-me uma pomada que logo que a apliquei, a zona onde tinha a alergia ficou mais inchada e fiquei com mais vontade de a coçar, embora tenha ficado com menos borbulhas.
Fui a uma farmácia e a mulher que me atendeu aconselhou-me a comprar uma pomada (que ainda por cima era mais barata!) para aplicá-la no inchaço juntamente com uma outra que tinha em casa.
Resultado: Fiquei curado da alergia!!!Portanto reflictam…
4 comentários:
Espero k consigam arranjar um "tempinho" para lerem este artigo que escrevi.
Admito que está um bcd longo lololol......mas tento descrever a importância que o sector farmacêutico tuga tem na economia portuguesa e a papel extremamente relevante que um farmacêutico tem,em termos de cuidados de saúde.
Gostei muito do post! Também penso assim: sempre que tenho algum problema de saúde ligeiro, vou sempre primeiro à farmácia. Normalmente são tão eficientes, que me poupam a ida ao médico!
bjocas :)
De facto o sector farmacêutico está sempre em alta.Se repararem não conhecem, muito provavelmente, nenhuma farmácia que tenha ido à falência,é mesmo muito difícil, pois estas geram imensos lucros e é uma actividade altamente rentável, pois ninguém vive sem medicamentos e afins.Mas o que me chocou mais é saber os valores de trespasses de farmácias, tendo uma vez lido na Visão que uma farmácia na baixa, poderia chegar a ser trespassada por vários milhões de euros!
Ps:Não tendo a presunção de me armar em farmacêutico, digo-te que a pomada Bepanthene é muito boa para esse tipo de problemas!Recomendo!LOLOLOLOL
Bom, eu também recomendo a pomada Bephantene... lol
Fizeste bem em destacar o papel dos farmacêuticos na nossa sociedade.
Achei muito pertinente a questão sobre os médicos. Pessoalmente, nunca os coloquei acima das outras profissões, embora haja muito quem o faça. Especialmente as populações do interior, parecem toma-los como seres divinos, e curvar-se perante eles. Defendo que esta atitude devia acabar, pois afinal os médicos não nos estão a fazer nenhum favor, apenas aplicam aquilo que estudaram, e recebem dinheiro por isso.
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